O barril de petróleo
passaria de US$ 140 pouco antes do colapso financeiro de 2008. O preço alto
mais que justificaria a cara exploração das reservas submarinas.
O mesmo sinal do
mercado incentivou empresas e governo dos Estados Unidos a promover expressiva
mudança no setor de energia.
Em particular depois de
2008, os EUA tomaram providências para reduzir o excessivo consumo de petróleo
e incentivar a produção de biocombustíveis. Em 2011, a demanda americana de
petróleo era 8,6% menor que em 2006.
Os EUA também passaram a
explorar reservas não convencionais, como a de petróleo e gás de xisto, uma
rocha que demanda exploração especial e cara. Inovações tecnológicas,
livre-iniciativa e regulação decente do mercado devem levar os EUA de volta à
liderança mundial na produção de petróleo.
Na semana passada, a Agência Internacional de
Energia (AIE) afirmou que a produção americana deve superar a saudita em 2020,
quando a importação do combustível terá sido reduzida em mais da metade. O país
deve tornar-se autossuficiente em cerca de 20 anos.
A AIE não exagera,
pois, ao dizer que os EUA redesenham o mapa mundial do petróleo. No Brasil, a
euforia dissolveu-se em inércia.
Desde 2008 não há leilões
de novas áreas de exploração de petróleo. A área sob produção diminui. A lei de
divisão dos royalties recém-aprovada deve levar a mais conflito e paralisia. Ou
a presidente veta esse projeto, ou Rio de Janeiro e Espírito Santo irão à
Justiça.
O programa de
investimentos da Petrobras, vergado sob o peso da exigência de conteúdo
nacional, atrasa e se encarece. A empresa tornou-se instrumento de políticas
públicas que a tornam ineficiente. Constrói refinarias de economicidade
duvidosa no Nordeste; arca com os custos do tabelamento, na prática, da
gasolina.
A produção de petróleo estagnou; a empresa
teve em 2012 seu primeiro prejuízo trimestral em 13 anos. O tabelamento da
gasolina desestimula o consumo e a produção do etanol, com o que a estagnação
se abateu também sobre o setor de biocombustíveis.
O contraste é evidente.
Aqui, a euforia transforma-se no torpor derivado de estatismo, miopia política,
nacionalismo e pura inépcia, uma velha e conhecida doença brasileira. Nos EUA,
um ambiente mais livre e tecnologicamente desenvolvido permite a invenção de
soluções para superar crises.
Nenhum comentário:
Postar um comentário